Os Pandas Gigantes usam uma Rede Social Semelhante ao “Facebook” para Comunicar
Os investigadores descobriram que os pandas gigantes, que tradicionalmente se acreditava serem criaturas solitárias e anti-sociais, na verdade têm uma vida social surpreendentemente ativa, semelhante à forma como os indivíduos partilham actualizações no Facebook. Esta descoberta fornece uma nova perspetiva sobre o comportamento social destes ursos esquivos.
Estudando os Pandas
No entanto, num estudo realizado na Reserva Natural de Wolong, na China, os investigadores da Universidade Estatal de Michigan (MSU) deslocaram o seu foco para as árvores, onde os pandas gigantes deixam sinais de cheiro para comunicar. Os resultados revelaram uma forma de comunicação surpreendentemente complexa, semelhante às redes sociais. O autor principal, Thomas Connor, observou que os pandas trocam informações através de um comportamento de marcação de odores, com as árvores a funcionarem como “árvores de odores” e a servirem como uma forma de meios de comunicação social.
Meios de Comunicação Social dos Pandas para Transmitir Informações
Ken Frank, um professor da MSU, comparou-o ao Facebook, descrevendo-o como assíncrono, permitindo aos pandas transmitir informações sobre território, sexo, idade, estado de reprodução, personalidade e tamanho físico.
De facto, os investigadores, expandindo o trabalho anterior da MSU de acompanhamento dos movimentos dos pandas entre 2010 e 2012, validaram a sua teoria das redes sociais analisando as fezes dos pandas para desvendar as redes de comunicação. Como os pandas produzem fezes com frequência, a equipa recolheu-as e testou-as numa área significativa, estabelecendo linhas de tempo para a marcação de árvores.
Pandas e sua Individualidade
O ADN extraído das fezes identificou pandas individuais e as suas relações. A análise da rede social revelou associações entre pandas, semelhantes a panelinhas no liceu, com normas fortes. No entanto, a comunicação entre pandas através de árvores marcadas fornece informações sobre encontros, sexo, dominância, tamanho e prontidão para o acasalamento. Isto permite que os indivíduos recolham detalhes cruciais sem interação física direta.
Curiosamente, os investigadores descobriram que o comportamento dos pandas variava ao longo do ano. Enquanto os animais normalmente comunicavam com os membros mais próximos da família, durante a época de reprodução, houve um aumento da comunicação com novas ligações.
Dos Laços Familiares às Estratégias de Reprodução
Os investigadores sugerem que isto acontece para marcar território, utilizando as árvores como um mapa, e para desencorajar a consanguinidade e reduzir a competição intensiva de energia pelos parceiros. A comunicação eficaz torna-se crucial durante a curta janela anual para uma reprodução bem sucedida, especialmente para uma espécie que geralmente prefere a solidão.
Para concluir, o autor sénior Jianguo Liu da MSU observou: “As descobertas deste estudo lançam uma nova luz sobre a forma como os pandas utilizam o seu habitat. Os pandas fazem parte de sistemas humanos e naturais acoplados, em que os humanos partilham o seu habitat. Tudo o que pudermos aprender sobre a forma como vivem e o que precisam pode, em última análise, ajudar a informar boas políticas de conservação e talvez compreender um pouco melhor o nosso próprio comportamento”.
Leia o Artigo Original: New Atlas
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