As Explosões de Supernovas Podem Ter Influenciado a História Evolutiva da Terra

As Explosões de Supernovas Podem Ter Influenciado a História Evolutiva da Terra

Impressão de um artista de uma supernova a explodir perto da Terra antiga. NASA/CXC/M. Weiss

Os astrofísicos adoptaram uma abordagem forense a um mistério cósmico, rastreando elementos radioactivos no fundo do mar até potenciais explosões de supernovas. As suas descobertas sugerem uma possível ligação entre estes acontecimentos cósmicos e as alterações evolutivas dos vírus num lago africano.

A prova principal é o ferro-60, um isótopo radioativo encontrado em quantidades significativas no fundo do mar. Uma vez que o ferro-60 decai ao longo do tempo, qualquer um que se tenha formado originalmente com a Terra já terá desaparecido há muito tempo. Por isso, a sua presença atual aponta para uma fonte mais recente, provavelmente explosões de supernovas que o espalharam pelo planeta.

Para determinar a sua idade, os investigadores da UC Santa Cruz analisaram os depósitos de ferro-60 e encontraram dois picos distintos – um há cerca de 2,5 milhões de anos e outro há cerca de 6,5 milhões de anos. Suspeitando de uma origem cósmica, mapearam a posição da Terra relativamente a eventos estelares próximos nos últimos milhões de anos.

Atualmente, o sistema solar situa-se no interior da Bolha Local, uma vasta região vazia que se pensa ter sido esculpida por uma série de supernovas há 10 a 20 milhões de anos. De facto, a Terra terá entrado nesta bolha há cerca de 6 milhões de anos, passando pelo seu limite exterior, onde a radiação teria sido mais intensa. Isto, por sua vez, poderia explicar o pico de ferro-60 mais antigo.

Localizando a fonte: Supernova próxima provavelmente responsável pelo pico recente de ferro-60

O pico mais recente e pronunciado, de facto, parece ser o resultado de uma supernova próxima. Ao reconstruir as posições passadas de aglomerados estelares, a equipa conseguiu identificar duas fontes possíveis: o aglomerado Tucana-Horologium, que estava a cerca de 228 anos-luz de distância na altura, e o Upper Centaurus Lupus, localizado a cerca de 457 anos-luz de distância.

Além disso, as simulações sugerem que a explosão teria exposto a Terra a uma radiação cósmica elevada durante 100 000 anos. Consequentemente, este influxo de radiação de alta energia poderia ter causado danos no ADN, levando potencialmente a taxas de cancro mais elevadas ou, em alternativa, a mutações que conduzem a mudanças evolutivas.

Esta exposição à radiação pode ser prejudicial, contribuindo possivelmente para extinções, como alguns investigadores propuseram no caso do Megalodon. No entanto, as mutações também podem acelerar a evolução, alterando o material genético de forma a conduzir ao aparecimento de novas caraterísticas.

Os investigadores exploraram os potenciais efeitos biológicos da radiação e descobriram um estudo sobre a diversificação viral no Lago Tanganica há 2-3 milhões de anos. A autora principal do estudo, Caitlyn Nojiri, notou a semelhança no tempo, embora não possa ser confirmada qualquer ligação direta. A investigação futura irá investigar a forma como a radiação cósmica moldou a evolução, oferecendo perspectivas para a procura de vida noutros planetas.


Leia o Artigo Original: New Atlas

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