Bactérias Intestinais Podem Ser a Chave para um Tratamento Mais Eficaz do Vitiligo

Bactérias Intestinais Podem Ser a Chave para um Tratamento Mais Eficaz do Vitiligo

Crédito: Depositphotos

Uma nova abordagem terapêutica poderá trazer esperança às pessoas com vitiligo. Um tratamento experimental demonstrou excelentes resultados em ratinhos com a doença e utiliza uma substância natural produzida por bactérias intestinais benéficas.

Compreender o vitiligo

O vitiligo é uma doença autoimune que destrói os melanócitos, as células responsáveis pela produção de melanina, o pigmento que dá cor à pele. A ausência destas células resulta em manchas brancas na pele, que, embora não sejam prejudiciais à saúde, afectam a aparência da pessoa.

Embora existam tratamentos como os cremes esteróides, estes nem sempre são eficazes e podem causar efeitos secundários indesejáveis.

Investigações recentes sugerem que o tecido afetado pelo vitiligo apresenta um desequilíbrio na microbiota da pele. Especificamente, existe uma deficiência de bactérias probióticas benéficas, que protegem os melanócitos, e um excesso de bactérias nocivas, como o Streptococcus.

Uma solução à base de probióticos

Com base nestas descobertas, cientistas da Northwestern University investigaram o potencial da bactéria probiótica Bacillus subtilis, encontrada no intestino e no solo. Modificaram esta bactéria para produzir maiores quantidades de exopolissacáridos (EPS), moléculas bioactivas conhecidas por reduzir as respostas imunitárias indesejadas.

Em testes laboratoriais com ratos que tinham vitiligo, um grupo recebeu injecções semanais de EPS durante 18 semanas, enquanto outro grupo permaneceu sem tratamento. No final da experiência, os ratinhos tratados apresentaram uma redução de 74% da perda de pigmento no dorso, enquanto o grupo não tratado não registou qualquer melhoria.

A análise dos tecidos revelou que a pele dos ratinhos tratados apresentava uma redução de 63,6% das células T citotóxicas, que destroem os melanócitos. Adicionalmente, registou-se um aumento de 1,7 vezes nas células T reguladoras, que protegem os melanócitos.

Perspetiva dos especialistas sobre as descobertas

“Os resultados no nosso modelo foram surpreendentes”, afirmou a Professora I. Caroline Le Poole, autora sénior do estudo. “A administração semanal do composto microbiano a ratinhos com tendência para o vitiligo suprimiu significativamente a progressão da doença, fazendo uma diferença notável num modelo agressivo da doença.”

Os próximos passos da investigação envolvem testar a eficácia do tratamento em humanos e avaliar a duração dos seus efeitos. No futuro, o EPS poderá ser administrado como pomada ou suplemento alimentar, eliminando a necessidade de injecções semanais.


Leia o Artigo Original: New Atlas

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