As Suas Bactérias Intestinais São a Culpa Oculta das Doenças Cardíacas?

Num estudo de grande escala, investigadores suecos descobriram uma potencial ligação entre as bactérias intestinais e a formação de placas nas artérias do coração, sugerindo que as bactérias orais, como o Streptococcus, podem desempenhar um papel fundamental nas doenças cardíacas.

Um estudo recente relacionou as bactérias intestinais com a saúde do coração, analisando dados de 8.973 participantes suecos com idades compreendidas entre os 50 e os 65 anos no estudo SCAPIS. Utilizando a sequenciação do ADN e imagens cardíacas avançadas, os investigadores identificaram comunidades bacterianas e alterações arteriais precoces.

“Encontrámos associações significativas, particularmente com Streptococcus anginosus e S. oralis subsp. oralis”, disse o autor principal Sergi Sayols-Baixeras da Universidade de Uppsala. Estas bactérias orais, quando presentes no intestino, estão correlacionadas com um maior número de placas ateroscleróticas nas artérias do coração. “Estas espécies causam frequentemente infecções no corpo, mas temos de confirmar se contribuem ativamente para a aterosclerose”, acrescentou o coordenador do estudo, o Professor Tove Fall.

Tove Fall, Professor de Epidemiologia Molecular

Ligação entre o intestino e a boca: Níveis de bactérias ligados à inflamação e à saúde do coração

Os investigadores descobriram que determinados níveis de bactérias intestinais estavam correlacionados com a sua presença na boca, com base em amostras de fezes e saliva do Malmö Offspring Studies. Estas bactérias estavam também associadas a marcadores de inflamação no sangue, mesmo depois de considerados factores como a dieta e a medicação.

“Estamos apenas a começar a compreender a forma como as comunidades bacterianas interagem com o corpo humano”, afirmou Marju Orho-Melander, professora da Universidade de Lund. “Os nossos resultados indicam que os portadores de Streptococcus intestinal têm uma pior saúde cardiovascular, mas é necessária mais investigação para determinar o seu papel na aterosclerose.”

Leia o Artigo Original: Scitechdaily

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