Os Pinguins não Acasalam para Toda a Vida: Um Mito Desmascarado pela Ciência
Um estudo de longo prazo sobre pequenos pinguins na Austrália desmentiu a crença de que estas aves marinhas permanecem com um parceiro para toda a vida. A investigação revelou uma “taxa de divórcio” quase dez vezes superior à dos humanos nos EUA, sendo o sucesso dos pais o principal fator por detrás das separações.
Enquanto alguns pinguins, como os pinguins de Adélia (Pygoscelis adeliae), são mais consistentes nas suas parcerias, os pequenos pinguins da Austrália e da Nova Zelândia mostram uma tendência muito maior para se separarem após épocas de reprodução mal sucedidas.
Compreender a Dinâmica da População de Pinguins
O estudo realça a importância dos comportamentos sociais nas populações de pinguins. Embora os factores ambientais e os hábitos de procura de alimentos são os principais influenciadores, descobriu-se que os fracos resultados reprodutivos separam os casais.
Em condições favoráveis, estes pinguins permanecem em grande parte com os seus parceiros, embora a infidelidade não seja rara, explicou o Professor Richard Reina. No entanto, após uma má época de reprodução, estão mais inclinados a encontrar novas companheiras para aumentar as suas hipóteses de criar as crias com sucesso.
Entre 2000 e 2012, analisou-se cerca de 1000 casais de pinguins-pequenos em Phillip Island, a maior colónia da espécie, com aproximadamente 37 000 aves. Eles identificaram uma forte correlação entre as baixas taxas de eclosão e o aumento das separações.
Metodologia de Investigação e Resultados
A equipa monitorizou cerca de 100 caixas-ninho artificiais, utilizadas por 70% da população de pinguins durante as épocas de reprodução. Entre 50 e 98 pares foram seguidos anualmente, utilizando etiquetas electrónicas para uma identificação precisa. As suas observações revelaram uma taxa média de divórcio de 26%, que diminuiu significativamente em anos com melhor sucesso de eclosão e de nascimento.
Esta investigação fornece informações valiosas sobre os pequenos pinguins, mostrando o seu impacto direto nas tendências populacionais para além das preocupações tradicionais de conservação, como as alterações climáticas e a perturbação do habitat.
Importância dos Factores Sociais nas Estratégias de Conservação
“Os nossos resultados sublinham a necessidade de incorporar a dinâmica social no planeamento da conservação,” disse o Professor Andre Chiaradia. “As taxas de divórcio mais baixas em condições favoráveis demonstram como os factores sociais influenciam as populações vulneráveis de aves marinhas”.
Das 18 espécies de pinguins reconhecidas, 11 são classificadas como globalmente ameaçadas pela Lista Vermelha da IUCN. Apesar das suas notáveis taxas de divórcio, os pinguins-pequenos estão entre as sete espécies que não estão atualmente em risco de extinção.
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