Ciência da Cerveja: A Física Revela Qual o Copo que Mantém a Cerveja Fria Durante Mais Tempo
Como é que se mantém um copo de cerveja frio durante o máximo de tempo possível? A resposta está na ciência, naturalmente. Foi isso que um investigador se propôs determinar, encontrando a forma ideal do copo para manter uma cerveja gelada enquanto está a ser apreciada.
Claudio Pellegrini, professor de ciências térmicas e de fluidos da Universidade Federal de São João del-Rei, simplificou o problema em uma fórmula matemática fundamental para vários designs populares de copos de cerveja, como a tulipa brasileira, a Imperial pint, a American pint, o copo Weizen, a caneca de chope e a “super” caneca.
Foco na forma para maximizar a eficiência do resfriamento
Pellegrini manteve as coisas simples, excluindo variáveis como a transferência de calor das mãos ou o impacto da espuma, concentrando-se na forma do copo para encontrar o design mais eficaz para manter a cerveja gelada.
“Em países tropicais como o Brasil, uma questão recorrente é como manter a cerveja gelada enquanto a bebemos, especialmente nas regiões costeiras”, explicou.
Em seu estudo, ele examinou a curvatura do vidro, observando que as pessoas geralmente preferem copos transparentes e que a maioria dos copos vem com alguma forma de isolamento na base.
“O processo é muito simples: pede-se uma cerveja, ela é servida, bebe-se e repete-se”, diz Pellegrini. “Uma vez servida, a cerveja começa a trocar calor com o ambiente até atingir o equilíbrio térmico com o ambiente (incluindo o copo), que é algo que ninguém quer. Dependendo da diferença de temperatura inicial entre a cerveja e o ambiente, pode tornar-se desagradável de beber num curto espaço de tempo”.
As conclusões de Pellegrini sobre a forma do copo e a retenção de frio
No cenário mais crítico, como um dia de vento na praia a 38°C (100°F), apenas três minutos podem ser suficientes para tornar a cerveja intragável, acrescentou.
O estudo mostra claramente que Pellegrini já deve ter experimentado demasiadas cervejas quentes, mas a sua investigação revela que a forma do copo é mais do que aparenta.
No final, a sua avaliação para uma retenção óptima do calor apontou para uma forma já utilizada: o clássico copo pilsner. Este copo, que é geralmente mais estreito na parte inferior e mais largo na parte superior com uma curva suave, provou ser matematicamente superior a outros tipos.
Ele reconheceu que o copo mais eficiente seria tão pequeno que apenas alguns goles acabariam com a cerveja, mas o seu objetivo era encontrar um copo que permitisse às pessoas saborear a sua bebida um pouco mais.
Entre as áreas que podem ser objeto de um estudo mais aprofundado, Pellegrini referiu que a base e o corpo do copo podem trocar calor com o ambiente, incluindo a transferência de calor radiativo e/ou condutivo através da espuma.
Ele também mencionou que, para além do interesse pessoal, tinha outra razão para o estudo: envolver os estudantes num assunto que pode muitas vezes ser visto como abstrato e seco.
O principal objetivo, claro, era aumentar o interesse dos estudantes de engenharia pela física e pela matemática, concluiu. “Mas uma aplicação secundária e igualmente importante destes resultados foi a preservação da qualidade das nossas cervejas.”
Leia o Artigo Original: New Atlas
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