Uso de Antibióticos na Primeira Infância Aumenta a Probabilidade de Desenvolver Asma

Uso de Antibióticos na Primeira Infância Aumenta a Probabilidade de Desenvolver Asma

Crédito: Pixabay

Uma investigação recente da Universidade de Monash sublinha o profundo impacto da exposição precoce a antibióticos no risco de asma a longo prazo.

Verificou-se que os antibióticos, habitualmente utilizados para tratar infeções na primeira infância, perturbam o delicado equilíbrio da microbiota intestinal, aumentando potencialmente a suscetibilidade à asma mais tarde na vida. Este estudo identificou um caminho promissor: uma molécula produzida por bactérias intestinais, o IPA (ácido indol-3-propiónico), que poderá servir como medida preventiva contra o desenvolvimento de asma em crianças vulneráveis ​​à doença.

Compreender o papel da IPA na proteção contra a asma

Além disso, o estudo liderado pelo Professor Ben Marsland e publicado na prestigiada revista Immunity ilumina o papel crítico da IPA na proteção contra esta doença. Além disso, a investigação revela que o uso frequente de antibióticos na infância diminui a presença de bactérias produtoras de IPA no intestino. Consequentemente, esta redução dos níveis de IPA parece comprometer a capacidade do sistema imunitário de regular eficazmente as respostas alérgicas, aumentando assim o risco de asma e inflamação alérgica das vias respiratórias a longo prazo.

A investigação empregou um modelo de ratinho geneticamente predisposto para a asma para explorar os efeitos da exposição a antibióticos no início da vida. Os ratinhos expostos a antibióticos durante o desenvolvimento inicial apresentaram maior suscetibilidade à inflamação alérgica das vias aéreas desencadeada por alergénios comuns, como os ácaros do pó doméstico. É importante salientar que mesmo após a normalização da microbiota pós-tratamento com antibióticos, estes ratinhos continuaram a apresentar uma maior vulnerabilidade à asma, salientando o impacto duradouro das perturbações precoces na composição da microbiota intestinal.

Em contraste, a suplementação da dieta destes ratinhos com IPA durante as fases iniciais de desenvolvimento reduziu significativamente a incidência de inflamação alérgica das vias aéreas e asma na idade adulta. Esta descoberta experimental sugere que a restauração dos níveis de IPA na infância poderia potencialmente mitigar os efeitos adversos do uso precoce de antibióticos na suscetibilidade à asma.

Explorando estratégias preventivas

Compreender a intrincada relação entre os antibióticos, a microbiota intestinal e a suscetibilidade à asma abre novas possibilidades para estratégias preventivas. “Ao concentrarmo-nos na manutenção da microbiota intestinal saudável e no aumento da produção de IPA no início da vida, as intervenções de saúde poderão reduzir potencialmente a incidência de asma infantil e condições alérgicas relacionadas”.

São necessárias mais pesquisas para explorar a viabilidade e eficácia da suplementação de IPA como abordagem preventiva em populações humanas em risco de contrair esta doença. Em última análise, esta informação poderá conduzir a intervenções personalizadas que mitiguem os impactos a longo prazo na saúde da exposição precoce aos antibióticos e melhorem os resultados da saúde respiratória a nível mundial.


Leia o Artigo Original: Medical Xpress

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