Iões Negativos Encontrados na Superfície da Lua pela Sonda Chinesa

Iões Negativos Encontrados na Superfície da Lua pela Sonda Chinesa

O módulo de aterragem Chang'e-6 no lado mais distante da Lua.
Crédito da imagem: CNSA/CLEP
O módulo de aterragem Chang’e-6 no lado mais distante da Lua.
Crédito da imagem: CNSA/CLEP

A superfície da Lua estudada pela Agência Espacial Europeia (ESA), que anunciou a deteção de iões negativos na superfície da Lua, poucos dias depois de o módulo de aterragem Chang’e-6 da Agência Espacial Nacional Chinesa ter colocado equipamento de deteção no lado mais afastado da Lua.

Missão Chang’e-6

A Chang’e-6 aterrou na Lua às 22:23 UTC de 1 de junho. O módulo de aterragem recolheu amostras da superfície lunar e descolou para a sua viagem de regresso à Terra às 23:38 UTC de 3 de junho. O objetivo era trazer de volta cerca de 2 kg de amostras recolhidas até 2 metros abaixo da superfície. Antes de descolar, o módulo de aterragem também entregou outras cargas úteis, incluindo o instrumento NILS (Negative Ions at the Lunar Surface) da ESA.

Instrumento NILS (usado na superfície da Lua)

O instrumento NILS, concebido para detetar iões negativos, começou a recolher dados 280 minutos após a aterragem no Pólo Sul – Bacia de Aitken. Desligou-se devido a baixa tensão, mas conseguiu recolher dados durante períodos de reinicialização e falhas de comunicação. Neil Melville, responsável técnico da ESA para a experiência, explicou que o instrumento alternava entre picos de potência máxima e períodos de arrefecimento devido a problemas de aquecimento. O desempenho do instrumento em condições extremas realçou a qualidade do trabalho efectuado pelo Instituto Sueco de Física Espacial.

Compreender o Ambiente da Superfície da Lua

O campo magnético e a atmosfera da Terra protegem-nos do vento solar, mas a Lua tem apenas uma atmosfera fina com gases como o hélio, o árgon, o néon, o amoníaco, o metano e o dióxido de carbono. Quando as partículas do vento solar atingem a superfície da Lua, criam partículas secundárias. As partículas com carga positiva são mais fáceis de detetar a partir da órbita lunar, mas os iões com carga negativa têm vida curta e requerem deteção ao nível da superfície.

Descobertas e Investigação Futura sobre a Superfície da Lua

A equipa anunciou a deteção de iões negativos e está a trabalhar na publicação dos seus resultados. Martin Wieser, investigador principal do NILS, afirmou que estas observações nos ajudarão a compreender melhor o ambiente da superfície da Lua e servirão de guia para explorar as populações de iões negativos noutros corpos sem ar do Sistema Solar, incluindo planetas, asteróides e outras luas.


Leia o Artigo Original: IFLSCIENCE

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