Missão Chinesa Revela Novo Mineral Lunar

Missão Chinesa Revela Novo Mineral Lunar

Crédito: Unsplash / Nicolas Thomas.

Em dezembro de 2020, a missão Chang’e-5 embarcou numa extraordinária viagem à Lua, assinalando um marco na exploração lunar. A sua missão é aterrar, recolher e devolver rochas à Terra. Este empreendimento marcou a primeira recolha de material lunar em 45 anos, oferecendo um tesouro de conhecimentos sobre a composição e a história da Lua.

Desvendar os Mistérios Lunares

As amostras recolhidas pela Chang’e-5 revelaram factos fascinantes sobre a composição da Lua. Reafirmaram a presença de água e revelaram a surpreendente descoberta de ferrugem nas rochas da superfície.

A exploração de minerais de alta pressão é particularmente intrigante. Pensa-se que estes minerais se formaram devido a impactos de asteróides ou cometas. Embora a superfície da Lua esteja repleta de crateras, as amostras lunares anteriores não continham estes minerais únicos.

Descobertas no Interior das Amostras

Os investigadores fizeram descobertas notáveis nas amostras lunares. Identificaram um novo mineral de fosfato, Changesite-(Y), que representa o primeiro novo mineral lunar da coleção da sonda chinesa. Este mineral transparente e incolor, composto por cristais em forma de coluna, formou-se provavelmente durante as fases finais da cristalização dos basaltos na região onde a Chang’e-5 aterrou.

As descobertas de dois minerais de choque conhecidos, a estishovite e a seifertite, foram ainda mais cativantes. Estes polimorfos de sílica, que possuem a mesma composição que o quartzo comum mas com estruturas cristalinas distintas, oferecem informações valiosas sobre a história geológica da Lua.

Conhecimentos sobre a Formação de Minerais

Estes minerais de alta pressão em amostras lunares colocam questões intrigantes sobre a sua formação. Enquanto as crateras de impacto são abundantes na superfície lunar, estes minerais são raros. Os investigadores especulam que a sua escassez pode dever-se à sua instabilidade a altas temperaturas.

Além disso, a coexistência de estishovite e seifertite numa amostra específica sugere a existência de processos dinâmicos, possivelmente envolvendo transformações de fase em condições variáveis.

Origens das Amostras

Pensa-se que as amostras lunares são originárias da cratera Aristarchus, situada não muito longe do local de aterragem no Oceanus Procellarum. A ejeção de uma colisão histórica depositou provavelmente estas amostras, proporcionando um vislumbre de um evento lunar distante.

A missão Chang’e-5 expandiu a nossa compreensão da geologia da Lua e abriu novos caminhos para a exploração e descoberta. À medida que os investigadores continuam a analisar estas preciosas amostras, os mistérios da companheira celestial da Terra vão-se desvendando lentamente, oferecendo uma visão profunda da evolução do nosso sistema solar.


Leia O Artigo Original: Matter and Radiation at Extremes.

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