O que é que a Metanfetamina faz ao Cérebro
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A ingestão de metanfetaminas desencadeia uma atividade aumentada no cérebro, resultando em um rápido aumento de dopamina e vários neurotransmissores. Isso induz euforia temporária, incluindo sensações de invencibilidade, prazer intenso, aumento da motivação e energia e outros impactos psicoativos. A metanfetamina é uma substância altamente viciante, contribuindo para a morte de células cerebrais, particularmente neurônios, e causando danos significativos ao cérebro. Para entender como a metanfetamina afeta o cérebro, vamos explorar o que é metanfetamina, como ela opera e os danos que causa ao cérebro.
O que é Metanfetamina e como Funciona?
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A metanfetamina, também conhecida como d-metanfetamina, metanfetamina ou metanfetamina de cristal, é um composto químico sintético que se assemelha a fragmentos de vidro, rochas brancas ou tem uma tonalidade azulada.
É criado pela combinação de efedrina ou pseudoefedrina com outras substâncias de fácil acesso, como ácido de bateria, combustível de lanterna, anticongelante e limpador de drenagem, comumente encontrados em farmácias ou lojas de ferragens. A síntese envolve materiais altamente inflamáveis e potencialmente tóxicos, tornando o processo excepcionalmente perigoso.
A metanfetamina pode ser ingerida cheirando ou fumando. Ao entrar na corrente sanguínea, provoca a liberação de quantidades significativas de estimulantes cerebrais, como dopamina, norepinefrina e outros neurotransmissores, semelhantes à ação de outros estimulantes. Isso leva a uma euforia intensa, níveis de energia aumentados, uma sensação de invencibilidade e felicidade no usuário. No entanto, também contribui para o vício e o abuso.
Efeitos Da Metanfetamina No Cérebro
Estudos mostram que a utilização da metanfetamina tem um impacto notável no cérebro e no sistema nervoso central (SNC). Aqui estão alguns dos principais efeitos nocivos ligados ao uso de metanfetamina:
1. Impacto No Sistema Nervoso Central (SNC)
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O consumo de metanfetamina leva ao aumento da morte neuronal e a uma diminuição do número de neurônios no sistema nervoso central (SNC). Como o SNC tem capacidade limitada para regeneração neuronal, a recuperação é muitas vezes improvável. O impacto da morte neuronal induzida por metanfetamina não se restringe a regiões específicas do cérebro, mas ocorre em todo o cérebro.
De fato, a metanfetamina inflige danos às áreas cerebrais vitais para as funções cognitivas, memória não verbal, aspectos específicos do movimento, a capacidade de lembrar e aprender novas informações, várias facetas da atenção direcionada, atenção complexa, raciocínio, resolução de problemas e muito mais. Os efeitos prejudiciais se estendem por uma variedade de processos e funções cognitivas.
2. Diminui A Gliogênese
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Além dos neurônios, o cérebro e o sistema nervoso central (SNC) compreendem várias outras células conhecidas como células gliais. Essas células desempenham funções cruciais, incluindo facilitar a sinalização, formar a bainha de mielina (uma camada gordurosa ao redor do axônio dos neurônios que melhora a comunicação eficaz), combater infecções e muito mais.
O uso de metanfetamina também leva ao desaparecimento dessas células em inúmeras regiões do cérebro, afetando particularmente o córtex frontal. O córtex frontal é central para funções essenciais como atenção, planejamento, julgamento e raciocínio abstrato. Além disso, o consumo de metanfetamina está ligado à redução da produção de células progenitoras gliais, que são os precursores imaturos que se dividem em várias células gliais.
O dano e a morte de várias células gliais devido ao uso de metanfetamina afetam a produção de mielina no cérebro e na medula espinhal. Isso leva a várias deficiências funcionais, reduzindo a eficiência da transmissão de sinais entre os neurônios do sistema nervoso central (SNC).
3. Redução No Nível De Transportadores De Neurotransmissores
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Células especializadas no sistema nervoso central (SNC) chamadas transportadores de neurotransmissores removem os neurotransmissores produzidos, incluindo norepinefrina, dopamina e serotonina, das áreas entre os neurônios. Esses transportadores então transportam os neurotransmissores de volta para as células, que podem ser reembaladas para uso futuro.
Devido à liberação substancial de dopamina e outros neurotransmissores causados pelo uso de metanfetamina, os níveis de transportadores de neurotransmissores diminuem. Essa redução dificulta sua capacidade de limpar e transportar efetivamente as enormes quantidades de neurotransmissores para reembalagem e reutilização.
Esse deplemento de dopamina e serotonina, devido à disponibilidade inadequada desses neurotransmissores para uso posterior, resulta em efeitos intensos do humor. Depois de experimentar extrema euforia, os indivíduos podem posteriormente passar por períodos intensos de depressão, desesperança e apatia.
4. Efeitos Neurotóxicos
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O consumo de metanfetamina induz efeitos neurotóxicos no cérebro. A liberação substancial de neurotransmissores, particularmente glutamato e cálcio, pode resultar na superexcitação dos neurônios. Se não for adequadamente controlada, a superexcitação crônica pode ser prejudicial ao corpo e prejudicar seriamente o sistema nervoso central.
Muitos desses efeitos danificam os dendritos dos neurônios (a parte de um neurônio que recebe sinais químicos de outros neurônios), dificultando a comunicação eficaz entre os neurônios. Dessa forma, a metanfetamina afeta inúmeras funções motoras e cognitivas do usuário.
A metanfetamina também inflige danos ao sistema de suporte das células cerebrais, levando a um colapso celular significativo. O uso de metanfetamina prejudica ainda mais o sistema circulatório no cérebro, aumentando a pressão arterial e enfraquecendo artérias, veias e capilares. Esse cenário pode resultar na formação de coágulos e cicatrizes nos vasos sanguíneos, representando um risco potencial de acidente vascular cerebral para usuários de metanfetamina.
Leia o Artigo Original: Sci Quest
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