O que é que a Metanfetamina faz ao Cérebro

O que é que a Metanfetamina faz ao Cérebro

Crédito: Pixaobay

A ingestão de metanfetaminas desencadeia uma atividade aumentada no cérebro, resultando em um rápido aumento de dopamina e vários neurotransmissores. Isso induz euforia temporária, incluindo sensações de invencibilidade, prazer intenso, aumento da motivação e energia e outros impactos psicoativos. A metanfetamina é uma substância altamente viciante, contribuindo para a morte de células cerebrais, particularmente neurônios, e causando danos significativos ao cérebro. Para entender como a metanfetamina afeta o cérebro, vamos explorar o que é metanfetamina, como ela opera e os danos que causa ao cérebro.

O que é Metanfetamina e como Funciona?

A metanfetamina, também conhecida como d-metanfetamina, metanfetamina ou metanfetamina de cristal, é um composto químico sintético que se assemelha a fragmentos de vidro, rochas brancas ou tem uma tonalidade azulada.

É criado pela combinação de efedrina ou pseudoefedrina com outras substâncias de fácil acesso, como ácido de bateria, combustível de lanterna, anticongelante e limpador de drenagem, comumente encontrados em farmácias ou lojas de ferragens. A síntese envolve materiais altamente inflamáveis e potencialmente tóxicos, tornando o processo excepcionalmente perigoso.

A metanfetamina pode ser ingerida cheirando ou fumando. Ao entrar na corrente sanguínea, provoca a liberação de quantidades significativas de estimulantes cerebrais, como dopamina, norepinefrina e outros neurotransmissores, semelhantes à ação de outros estimulantes. Isso leva a uma euforia intensa, níveis de energia aumentados, uma sensação de invencibilidade e felicidade no usuário. No entanto, também contribui para o vício e o abuso.

Efeitos Da Metanfetamina No Cérebro

Estudos mostram que a utilização da metanfetamina tem um impacto notável no cérebro e no sistema nervoso central (SNC). Aqui estão alguns dos principais efeitos nocivos ligados ao uso de metanfetamina:

1. Impacto No Sistema Nervoso Central (SNC)

O consumo de metanfetamina leva ao aumento da morte neuronal e a uma diminuição do número de neurônios no sistema nervoso central (SNC). Como o SNC tem capacidade limitada para regeneração neuronal, a recuperação é muitas vezes improvável. O impacto da morte neuronal induzida por metanfetamina não se restringe a regiões específicas do cérebro, mas ocorre em todo o cérebro.

De fato, a metanfetamina inflige danos às áreas cerebrais vitais para as funções cognitivas, memória não verbal, aspectos específicos do movimento, a capacidade de lembrar e aprender novas informações, várias facetas da atenção direcionada, atenção complexa, raciocínio, resolução de problemas e muito mais. Os efeitos prejudiciais se estendem por uma variedade de processos e funções cognitivas.

2. Diminui A Gliogênese

Além dos neurônios, o cérebro e o sistema nervoso central (SNC) compreendem várias outras células conhecidas como células gliais. Essas células desempenham funções cruciais, incluindo facilitar a sinalização, formar a bainha de mielina (uma camada gordurosa ao redor do axônio dos neurônios que melhora a comunicação eficaz), combater infecções e muito mais.

O uso de metanfetamina também leva ao desaparecimento dessas células em inúmeras regiões do cérebro, afetando particularmente o córtex frontal. O córtex frontal é central para funções essenciais como atenção, planejamento, julgamento e raciocínio abstrato. Além disso, o consumo de metanfetamina está ligado à redução da produção de células progenitoras gliais, que são os precursores imaturos que se dividem em várias células gliais.

O dano e a morte de várias células gliais devido ao uso de metanfetamina afetam a produção de mielina no cérebro e na medula espinhal. Isso leva a várias deficiências funcionais, reduzindo a eficiência da transmissão de sinais entre os neurônios do sistema nervoso central (SNC).

3. Redução No Nível De Transportadores De Neurotransmissores

Células especializadas no sistema nervoso central (SNC) chamadas transportadores de neurotransmissores removem os neurotransmissores produzidos, incluindo norepinefrina, dopamina e serotonina, das áreas entre os neurônios. Esses transportadores então transportam os neurotransmissores de volta para as células, que podem ser reembaladas para uso futuro.

Devido à liberação substancial de dopamina e outros neurotransmissores causados pelo uso de metanfetamina, os níveis de transportadores de neurotransmissores diminuem. Essa redução dificulta sua capacidade de limpar e transportar efetivamente as enormes quantidades de neurotransmissores para reembalagem e reutilização.

Esse deplemento de dopamina e serotonina, devido à disponibilidade inadequada desses neurotransmissores para uso posterior, resulta em efeitos intensos do humor. Depois de experimentar extrema euforia, os indivíduos podem posteriormente passar por períodos intensos de depressão, desesperança e apatia.

4. Efeitos Neurotóxicos

O consumo de metanfetamina induz efeitos neurotóxicos no cérebro. A liberação substancial de neurotransmissores, particularmente glutamato e cálcio, pode resultar na superexcitação dos neurônios. Se não for adequadamente controlada, a superexcitação crônica pode ser prejudicial ao corpo e prejudicar seriamente o sistema nervoso central.

Muitos desses efeitos danificam os dendritos dos neurônios (a parte de um neurônio que recebe sinais químicos de outros neurônios), dificultando a comunicação eficaz entre os neurônios. Dessa forma, a metanfetamina afeta inúmeras funções motoras e cognitivas do usuário.

A metanfetamina também inflige danos ao sistema de suporte das células cerebrais, levando a um colapso celular significativo. O uso de metanfetamina prejudica ainda mais o sistema circulatório no cérebro, aumentando a pressão arterial e enfraquecendo artérias, veias e capilares. Esse cenário pode resultar na formação de coágulos e cicatrizes nos vasos sanguíneos, representando um risco potencial de acidente vascular cerebral para usuários de metanfetamina.


Leia o Artigo Original: Sci Quest

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