Temperatura Global a 1,5°C do Limite

Temperatura Global a 1,5°C do Limite

Seca na terra.
Seca na terra. Crédito: Unsplash.

O ritmo da mudança climática está aumentando, e espera-se que a temperatura global ultrapasse o limite de aquecimento de 1,5 graus Celsius (2,7 Fahrenheit) na próxima década, conforme indicado por um estudo publicado recentemente.

Essa pesquisa, que inclui contribuições de cientistas da NASA e da Universidade de Columbia, destaca a crescente urgência da crise climática e ressalta a necessidade de ação urgente na conferência climática COP28 deste ano. Apesar dos compromissos assumidos no Acordo de Paris de 2015 para limitar o aquecimento global a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais, evidências crescentes sugerem que essa meta está se tornando cada vez mais inatingível.

A maioria dos cenários de emissões delineados pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) das Nações Unidas prevê que o mundo ultrapassará o limite de 1,5 grau Celsius em algum momento da década de 2030.

O Aquecimento Global se Aproxima de 1,5°C – Estudo: o Impacto do Aquecimento dos Gases de Efeito Estufa

James Hansen, coautor do estudo e uma figura proeminente que alertou o mundo pela primeira vez sobre o impacto do aquecimento dos gases de efeito estufa na década de 1980, expressou uma visão severa, dizendo: “O limite de 1,5°C está mais morto do que um prego de porta”. Ele enfatizou que a comunidade científica não transmitiu efetivamente a gravidade da situação aos líderes políticos.

A temperatura global aumentou aproximadamente 1,2 graus Celsius (2,2 graus Fahrenheit) acima dos níveis pré-industriais.

O estudo gerou opiniões diversas entre os cientistas do clima. Alguns questionaram suas descobertas, com Michael Mann, da Universidade da Pensilvânia, sugerindo em uma publicação de blog que elas diferem significativamente do consenso predominante.

Esse relatório chega na esteira de vários meses marcados por eventos climáticos extremos em todo o mundo, incluindo ondas de calor na China e graves inundações na Líbia. Além disso, 2023 está no caminho certo para se tornar o ano mais quente já registrado.

Portanto, neste mês, as nações se reunirão em Dubai para a cúpula climática anual das Nações Unidas para deliberar sobre iniciativas mundiais para reduzir as emissões de gases de efeito estufa.

Sensibilidade da Terra

As conclusões desse estudo, publicado na revista Oxford Open Climate Change, são atribuídas a dois fatores principais.

Primeiro, os cientistas subestimaram a sensibilidade climática da Terra ao aumento dos níveis de dióxido de carbono. O IPCC previu originalmente um aumento de 3°C (5,4°F) nas temperaturas globais com a duplicação dos níveis de dióxido de carbono na atmosfera. No entanto, melhores percepções de dados climáticos históricos, incluindo núcleos de gelo e anéis de árvores, aumentaram essa estimativa para cerca de 4,8°C (8,6°F).

Em segundo lugar, o relatório destaca o impacto dos esforços para reduzir a poluição atmosférica na China, principalmente das emissões de dióxido de enxofre das usinas de carvão, e as iniciativas globais para controlar as emissões de transporte marítimo. A limpeza do ar traz benefícios para a saúde e salva vidas, mas acelera a mudança climática porque os aerossóis se dispersam e refletem a energia solar.

Embora as descobertas do estudo tenham recebido feedback misto, elas se alinham com outras pesquisas recentes que indicam uma aceleração da mudança climática. Uma pesquisa recente publicada na revista Nature Climate Change sugeriu que o mundo precisa atingir emissões líquidas zero até 2034 para ter 50% de chance de limitar o aquecimento a 1,5°C, bem antes da meta global de 2050.


Leia o Artigo Original: Reuters

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