Estudo Descobre a Ligação entre os Níveis de Cafeína no Sangue e a Gordura Corporal, bem como o Risco de Diabetes

Estudo Descobre a Ligação entre os Níveis de Cafeína no Sangue e a Gordura Corporal, bem como o Risco de Diabetes

Xicara de Café
Crédito: Pixaobay

A concentração de cafeína em sua corrente sanguínea pode influenciar a quantidade de gordura corporal que você possui e isso, por sua vez, pode desempenhar um papel na determinação de sua suscetibilidade ao desenvolvimento de diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares.

Essas são as conclusões tiradas de um estudo recente que empregou marcadores genéticos para estabelecer uma conexão mais conclusiva entre os níveis de cafeína, o índice de massa corporal (IMC) e o risco de desenvolver diabetes tipo 2.

Conduzido por uma equipe de pesquisa composta por cientistas do Instituto Karolinska, na Suécia, da Universidade de Bristol, no Reino Unido, e do Imperial College London, no Reino Unido, o estudo sugere que bebidas cafeinadas sem calorias poderiam ser investigadas como uma possível estratégia para reduzir os níveis de gordura corporal.

O Papel da Cafeína no IMC e no Risco de Diabetes

Em seu artigo publicado em março, os pesquisadores declararam: “Concentrações mais altas de cafeína no plasma, conforme previsto geneticamente, foram associadas a um IMC mais baixo e à redução da massa total de gordura corporal. Além disso, concentrações mais altas de cafeína no plasma, previstas geneticamente, foram associadas a um risco menor de diabetes tipo 2. Estimou-se que cerca de metade da influência da cafeína no risco de diabetes tipo 2 foi mediada pela redução do IMC.”

Esse estudo utilizou dados de quase 10.000 indivíduos, coletados de bancos de dados genéticos existentes. A pesquisa concentrou-se em variações em ou próximas a genes específicos conhecidos por influenciar a taxa na qual o corpo metaboliza a cafeína.

Variações Genéticas e Metabolismo da Cafeína

Em geral, os indivíduos com variações que afetam esses genes, especialmente o CYP1A2 e seu gene regulador, o AHR, tendem a metabolizar a cafeína mais lentamente, fazendo com que ela permaneça na corrente sanguínea por períodos mais longos. É interessante notar que esses indivíduos também tendem a consumir menos cafeína em geral.

Os pesquisadores empregaram um método chamado randomização mendeliana para estabelecer possíveis conexões causais entre a presença de variações genéticas, condições como diabetes, massa corporal e fatores de estilo de vida.

Embora tenha sido encontrada uma associação significativa entre os níveis de cafeína, o IMC e o risco de diabetes tipo 2, não foi observada nenhuma correlação entre os níveis de cafeína no sangue e as doenças cardiovasculares, incluindo fibrilação atrial, insuficiência cardíaca e derrame.

Impacto do Café sobre a Saúde do Coração e o IMC

Estudos anteriores associaram o consumo moderado e relativamente elevado de cafeína à melhoria da saúde do coração e a um IMC mais baixo. Essa nova pesquisa fornece informações adicionais sobre os efeitos do café no corpo.

É essencial observar que os efeitos da cafeína no organismo não são exclusivamente positivos, o que ressalta a necessidade de cautela ao considerar as vantagens de seu consumo. No entanto, esse estudo recente representa um avanço vital na avaliação da ingestão ideal de cafeína.

Os pesquisadores elaboraram: “Embora pequenos estudos de curto prazo tenham indicado que a ingestão de cafeína pode levar a reduções no peso e na massa gorda, as consequências de longo prazo do consumo de cafeína permanecem incertas”.

Impacto da Cafeína na Termogênese e na Oxidação de Gordura

Os pesquisadores especulam que a conexão observada pode ser atribuída à forma como a cafeína estimula a termogênese (a geração de calor) e a oxidação de gordura (a conversão de gordura em energia) no corpo, ambas desempenhando papéis cruciais no processo metabólico geral.

Entretanto, é importante observar que são necessárias mais investigações para confirmar uma relação de causa e efeito. Apesar do tamanho substancial da amostra usada nesse estudo, é essencial reconhecer que a randomização mendeliana, embora seja um método valioso, não é infalível, e ainda existe a possibilidade de que fatores não contabilizados possam estar influenciando os resultados.

Os pesquisadores enfatizaram: “Dado o consumo generalizado de cafeína em todo o mundo, mesmo seus efeitos metabólicos modestos podem ter implicações significativas para a saúde”.


Leia o Artigo Original: Science Alert

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