Hidrogênio e Biocombustíveis em Transporte Marítimo
Um estudo recente realizado pela Universidade de Southampton examinou as atitudes do público em relação a combustíveis alternativos para descarbonizar o transporte marítimo global. Os resultados revelaram que o público em geral apoia o uso de hidrogênio e biocombustíveis nesse setor.
A energia nuclear foi vista como uma alternativa preferível ao óleo combustível pesado (HFO), mas o público a considerou arriscada. O gás natural líquido (GNL) foi visto como uma etapa positiva de transição, enquanto a amônia recebeu fortes respostas negativas do público do Reino Unido.
O transporte marítimo global é responsável por uma parte significativa do comércio mundial e contribui com cerca de 3% das emissões globais de gases de efeito estufa. Em 2021, os líderes do setor se comprometeram a atingir emissões líquidas zero até 2050. O estudo enfatizou a importância de considerar as opiniões do público ao planejar a transição para combustíveis que podem reduzir significativamente as emissões no setor de transporte marítimo.
Hidrogênio: Um combustível alternativo promissor e percebido como favorável para o transporte marítimo
A pesquisa envolveu entrevistas em profundidade e uma pesquisa com quase mil residentes do Reino Unido. O biocombustível e o hidrogênio foram as alternativas mais favorecidas, sendo o biocombustível considerado de baixo risco e o hidrogênio percebido como tendo efeitos negativos mínimos. O GNL recebeu apoio moderado, e a principal associação foi sua disponibilidade atual.
A energia nuclear foi vista de forma mais positiva do que o HFO, mas ainda teve uma percepção geral negativa devido a preocupações com os riscos. A possibilidade de um vazamento nuclear foi vista como um grande desastre em comparação com um vazamento de petróleo. Por outro lado, a amônia, apesar de ser considerada uma alternativa equilibrada de combustível livre de carbono por algumas avaliações, enfrentou forte oposição do público. Ela era vista como não comprovada, arriscada, perigosa e tóxica.
É interessante notar que os residentes de cidades portuárias apoiaram um pouco mais os combustíveis alternativos para o transporte marítimo em geral. O estudo destacou a necessidade de considerar as preocupações do público juntamente com as avaliações tecnológicas e econômicas, pois a opinião pública pode evoluir e variar com o tempo.
O trabalho de pesquisa, intitulado “Public response to decarbonisation through alternative shipping fuels”, foi publicado na revista Environment, Development and Sustainability e está disponível on-line.
Leia o Artigo Original: sciencedaily.