Dados da InSight Sugerem que Marte Tem um Núcleo Totalmente Líquido e Anomalias Internas de Massa

Dados da InSight Sugerem que Marte Tem um Núcleo Totalmente Líquido e Anomalias Internas de Massa

Comparação entre o modelo clássico de rotação de Marte e o proposto neste estudo. Evolução temporal das soluções de 30 meses para o período FCN (a), o fator de amplificação do núcleo (b) e a taxa de precessão (c), com o modelo de spin clássico (laranja) e com o modelo com correções na taxa de rotação para o período pós-tempestade de poeira (azul). Envelopes sombreados são limites de incerteza de 1σ.
Comparação entre o modelo clássico de rotação de Marte e o proposto neste estudo. Evolução temporal das soluções de 30 meses para o período FCN (a), o fator de amplificação do núcleo (b) e a taxa de precessão (c), com o modelo de spin clássico (laranja) e com o modelo com correções na taxa de rotação para o período pós-tempestade de poeira (azul). Envelopes sombreados são limites de incerteza de 1σ. Crédito: Natureza (2023). DOI: 10.1038/s41586-023-06150-0

Um grupo de cientistas planetários vindos da Bélgica, Estados Unidos, França e Alemanha apresentou descobertas, com base em dados do módulo InSight, que indicam a presença de um núcleo totalmente líquido em Marte, juntamente com irregularidades internas de massa. Sua pesquisa, detalhada em uma publicação na revista Nature, elabora a análise realizada com os dados transmitidos do módulo de aterrissagem para a Terra.

Portanto segundo a equipe de pesquisa, o desafio de entender as propriedades internas dos planetas em nosso sistema solar decorre de sua acessibilidade limitada. Entretanto seu foco neste caso foi em tentativas anteriores de outras equipes de pesquisa para determinar a composição do interior de Marte. Embora até agora, não foram apresentadas evidências conclusivas sobre o estado de seu núcleo, seja sólido ou líquido, o que tem implicações para as investigações sobre o potencial do planeta para abrigar vida.

Módulo InSight

Entretanto em seu último estudo, os pesquisadores se concentraram nos dados coletados pelo módulo InSight, que pousou com sucesso em Marte em 2018. O módulo transmitiu dados de volta à Terra desde o dia do pouso até dezembro de 2022, quando o acúmulo de poeira em seus painéis solares impediu a recarga.

A equipe destaca dois sensores primários no InSight: um sismômetro que mediu marsquakes e outro chamado RISE, que enviou sinais de rádio do módulo de aterrissagem para a Terra. Ao localizar com precisão o módulo de pouso, os sinais do RISE permitiram o monitoramento da rotação de Marte e suas variações sutis, fornecendo informações sobre a composição interna do planeta.

Analisando os dados do RISE, os pesquisadores descobriram indícios de “anomalias de massa” sob a superfície marciana. Observou-se que essas anomalias se estendem do topo ao fundo do manto, potencialmente impactando o campo gravitacional e a forma geral de Marte, que são influenciados principalmente pela rotação do planeta.

Contudo, a equipe sugere que essas anomalias podem ter efeitos adicionais. Significativamente, ao diferenciar os dados relacionados ao núcleo e ao manto, os pesquisadores encontraram evidências convincentes que apoiam a existência de um núcleo líquido e fundido dentro de Marte. Além disso, eles observaram um ligeiro aumento na taxa de rotação do planeta.


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