O Risco De Demência Pode Ser Aumentado Pela Exposição À Poluição Atmosférica

O Risco De Demência Pode Ser Aumentado Pela Exposição À Poluição Atmosférica

Poluentes do ar particulados finos, conhecidos como PM2.5, podem vir de canteiros de obras, estradas não pavimentadas, campos, chaminés ou incêndios, de acordo com a EPA. Eles também se formam na atmosfera como resultado de reações complexas de produtos químicos, como dióxido de enxofre e óxidos de nitrogênio.
Poluentes do ar particulados finos, conhecidos como PM2.5, podem vir de canteiros de obras, estradas não pavimentadas, campos, chaminés ou incêndios, de acordo com a EPA. Eles também se formam na atmosfera como resultado de reações complexas de produtos químicos, como dióxido de enxofre e óxidos de nitrogênio. Credito: weather.com

Uma meta-análise recente conduzida por Harvard T.H. Escola Chan de Saúde Pública sugere que a exposição a partículas finas de poluentes atmosféricos (PM2.5) pode aumentar as chances de desenvolver demência.

O autor principal, Marc Weisskopf, que é o professor Cecil K. e Philip Drinker de Epidemiologia e Fisiologia Ambiental, afirmou “que o estudo é um marco significativo no fornecimento de dados valiosos para agências reguladoras e médicos para melhor compreender o estado atual da literatura sobre um problema crítico questão de saúde. Os resultados do estudo podem ser importantes para algumas organizações, como a Agência de Proteção Ambiental, que está avaliando a possibilidade de aumentar as restrições à exposição ao PM2,5“. Segundo Weisskopf, “os achados reforçam a importância dessa medida para a saúde pública“.

Recursos de Pesquisa

A particularidade deste estudo reside na utilização da ferramenta inovadora Risk of Bias In Non-Randomized Studies of Exposure (ROBINS-E) durante a revisão sistemática primária e meta-análise. Este método oferece uma abordagem mais completa para lidar com vieses em estudos ambientais em comparação com outras técnicas de avaliação. Além disso, incorpora os estudos mais recentes que adotaram uma técnica de “verificação ativa de casos”, que envolve a triagem de populações inteiras de estudo, seguida de avaliação pessoal para demência entre os participantes que não apresentavam sinais da doença no início do estudo. A revista BMJ publicará os resultados da pesquisa.

Demência, um problema mundial

Atualmente, mais de 57 milhões de indivíduos em todo o mundo sofrem de demência, e as projeções indicam que esse número aumentará para 153 milhões até 2050. Embora, acredita-se que até 40% desses casos estejam associados a fatores de risco potencialmente controláveis, incluindo a exposição a poluentes atmosféricos.

Porém, a última década, Weisskopf, Elissa Wilker, pesquisadora do Harvard Chan-NIEHS Center for Environmental Health, e Marwa Osman, doutoranda do programa Biological Science in Public Health, revisaram mais de 2.000 estudos e selecionaram 51 estudos que investigaram a correlação entre poluição do ar ambiental e demência clínica.

Depois de avaliar esses estudos para viés com ROBINS-E, os pesquisadores descobriram que 16 deles satisfizeram os requisitos para a meta-análise. A maioria dos estudos teve sua concentração no PM2,5, sendo o dióxido de nitrogênio e o óxido de nitrogênio os segundos poluentes mais frequentemente analisados. Dos estudos incluídos na meta-análise, nove empregaram a abordagem de verificação ativa de casos.

Entretanto, a equipe de pesquisa descobriu evidências consistentes que demonstram uma ligação entre a exposição ao PM2,5 e a demência, mesmo quando a exposição anual estava abaixo do padrão atual da EPA de 12 microgramas por metro cúbico de ar (μg/m3). Em particular, os cientistas descobriram que em estudos que utilizaram a verificação ativa de casos, para cada aumento de 2 μg/m3 na exposição média anual a PM2,5, havia uma chance 17% maior de desenvolver demência.

Além disso, os pesquisadores descobriram indícios de associações entre demência e óxido de nitrogênio (com um risco 5% maior para cada aumento de 10 μg/m3 na exposição anual) e dióxido de nitrogênio (com um risco 2% maior para cada aumento de 10 μg/m3 na exposição anual). exposição), embora os dados não fossem tão abrangentes.

Solução Para o Problema da Demência

Os cientistas observaram que a conexão entre a poluição do ar e a probabilidade de desenvolver demência não é tão significativa quanto a associação com outros fatores de risco, como tabagismo e educação. No entanto, considerando o grande número de indivíduos expostos à poluição do ar, o impacto geral na saúde pública pode ser considerável.

Segundo Weisskopf, “descobrir fatores de risco modificáveis ​​que possam ser tratados para reduzir o impacto da doença teria um efeito significativo tanto nos indivíduos quanto na sociedade, dada a alta incidência de casos de demência. Embora os indivíduos possam influenciar sua exposição a PM2,5 e outros poluentes atmosféricos ajustando seu comportamento, o método mais eficiente para lidar com esse problema é regulamentar esses poluentes.”


Leia o Artigo Original VivaBem

Leia mais: Exposição À Poluição Do Ar A Longo Prazo Associada À Depressão No Final Da Vida

Share this post