Material Vivo Derivado do Sangue Oferece Nova Esperança para a Reparação Óssea, Segundo Estudo

Material Vivo Derivado do Sangue Oferece Nova Esperança para a Reparação Óssea, Segundo Estudo

Amostras do material de implante criado no laboratório. (Universidade de Nottingham)

Quando a pele é ferida, os coágulos sanguíneos iniciam naturalmente o processo de cicatrização. Com base neste mecanismo, os cientistas criaram um implante à base de sangue que acelera e melhora a reparação dos tecidos, nomeadamente dos ossos partidos.

A equipa de investigação descreve esta inovação como um material “regenerativo biocooperativo”. Ao incorporar péptidos sintéticos, o implante reforça a barreira natural do coágulo sanguíneo para melhorar tanto a sua estrutura como a sua função. Em testes efectuados em ratos, o material semelhante a um gel, que pode ser impresso em 3D, reparou com êxito as lesões ósseas. Se for adaptado aos seres humanos, este avanço poderá revolucionar os métodos de cura.

“A capacidade de transformar com segurança e facilidade o sangue de um paciente em implantes regenerativos é incrivelmente promissora”, afirma o engenheiro biomédico Cosimo Ligorio, da Universidade de Nottingham. O sangue não é apenas abundante, mas também de fácil obtenção.

O estudo centrou-se no hematoma regenerativo sólido (RH), um componente crítico da coagulação. Os investigadores criaram anfifílicos peptídicos (PAs) para amplificar as funções naturais do RH. Estas moléculas melhoraram a coagulação, ligando-se ao suporte do RH para formar estruturas mais fortes.

Melhoria da reparação óssea: Sangue modificado e péptidos sintéticos activam as principais células regenerativas

Os investigadores queriam aproveitar os processos naturais de cicatrização estimulados pelos coágulos sanguíneos. (Padilla-Lopategui et al., Advanced Materials, 2024)

Utilizando o sangue modificado combinado com PAs, a equipa reparou pequenos defeitos ósseos em crânios de ratos. As principais células de reparação, incluindo as células estromais mesenquimais, as células endoteliais e os fibroblastos, foram activadas no implante, conduzindo a uma regeneração eficaz.

O material semelhante a um gel também pode ser ajustado mecanicamente e impresso em 3D para aplicações específicas, demonstrando a sua versatilidade.

A medicina regenerativa tem como objetivo amplificar os mecanismos naturais de reparação do corpo. Embora eficazes, estes processos podem ficar sobrecarregados ou enfraquecidos ao longo do tempo, especialmente com a idade. Esta abordagem inovadora poderá contrariar essas limitações, melhorando os resultados em termos de saúde e de recuperação.

Esta estratégia “biocooperativa” utiliza os mecanismos naturais de cura como etapas de fabrico para criar materiais que ajudam à regeneração”, explica o engenheiro biomédico Alvaro Mata da Universidade de Nottingham. Embora ainda numa fase inicial, esta investigação realça o potencial para aplicações médicas transformadoras.


Leia o Artigo Original: Science Alert

Leia mais: Microscópios Inteligentes Revelam o Invisível num Ecrã Tátil do Tamanho de um Tablet

Share this post