Estudo da OMS: Telefones Móveis Não Estão Ligados ao Câncer Cerebral

Estudo da OMS: Telefones Móveis Não Estão Ligados ao Câncer Cerebral

Crédito: Pixabay

Uma revisão sistemática encomendada pela Organização Mundial da Saúde e publicada hoje na Environment International não encontrou nenhuma ligação entre o uso de telefones móveis e o câncer cerebral.

A Segurança dos Telefones Móveis e Ondas de Rádio

Os telefones móveis, que geralmente são mantidos próximos à cabeça durante o uso, emitem ondas de rádio, um tipo de radiação não ionizante. Isso gerou preocupações sobre uma possível ligação entre os telefones móveis e o câncer cerebral.

Dada a onipresença do uso de telefones móveis e tecnologia sem fio na vida cotidiana, foi crucial que a ciência investigasse a segurança da exposição às ondas de rádio desses dispositivos. Com o tempo, o consenso científico confirmou consistentemente que não há conexão entre as ondas de rádio dos telefones móveis e o câncer cerebral, ou outros problemas de saúde. Apesar do consenso geral, alguns estudos de pesquisa ocasionalmente sugeriram um potencial de risco.

Em 2011, a Agência Internacional para Pesquisa em Câncer (IARC) classificou a exposição às ondas de rádio como possivelmente cancerígena para humanos. Essa classificação foi frequentemente mal interpretada, levando a um aumento nas preocupações.

Dependência de Estudos Observacionais Limitados e Potencialmente Tendenciosos

A IARC, que faz parte da Organização Mundial da Saúde, baseou sua classificação em evidências limitadas de estudos observacionais em humanos, que acompanham taxas de doenças e possíveis causas em populações. Embora esses estudos sejam valiosos para investigar os efeitos a longo prazo na saúde, eles podem ser tendenciosos.

A classificação da IARC foi influenciada por estudos anteriores em que indivíduos com câncer cerebral relataram uso de telefone móvel maior do que realmente tinham, como no estudo INTERPHONE.

A nova revisão sistemática, que analisa um conjunto de dados muito maior e mais recente, proporciona maior confiança de que a exposição às ondas de rádio de telefones móveis e tecnologias sem fio não aumenta o risco de câncer cerebral. A nova revisão faz parte de uma série de revisões sistemáticas encomendadas pela Organização Mundial da Saúde para examinar mais de perto os potenciais efeitos à saúde ligados à exposição às ondas de rádio.

Evidências Fortes Contra os Riscos à Saúde das Ondas de Rádio Sem Fio

Essa revisão sistemática oferece a evidência mais robusta até hoje de que as ondas de rádio das tecnologias sem fio não representam um risco à saúde. É a revisão mais abrangente sobre o assunto, analisando mais de 5.000 estudos e incluindo 63 publicados entre 1994 e 2022 em sua avaliação final. Estudos foram excluídos principalmente por relevância, o que é típico em revisões sistemáticas.

A revisão não encontrou nenhuma ligação entre o uso de telefones móveis e câncer cerebral, ou qualquer outro tipo de câncer na cabeça ou no pescoço, inclusive em casos de uso prolongado por mais de dez anos. A frequência de uso, seja medida pelo número de chamadas ou pelo tempo total de chamadas, também não mostrou impacto.

Essas descobertas são consistentes com pesquisas anteriores, indicando que, apesar do aumento significativo no uso de tecnologia sem fio nas últimas décadas, não houve um aumento correspondente na incidência de câncer cerebral.

Limites de Segurança para Telefones Móveis Provados Eficazes

No geral, os resultados são muito tranquilizadores. Eles confirmam que nossos limites de segurança nacionais e internacionais são eficazes. Os telefones móveis emitem ondas de rádio de baixo nível que estão abaixo desses limites de segurança, e não há evidências de que essa exposição afete a saúde humana.

No entanto, pesquisas contínuas são cruciais à medida que a tecnologia evolui rapidamente. Com novas tecnologias usando ondas de rádio em várias frequências, é essencial avaliar continuamente a segurança dessas exposições.

Os telefones móveis eram tradicionalmente mantidos contra a cabeça, mas hoje em dia as pessoas também usam fones de ouvido ou fazem videochamadas.
Os telefones móveis eram tradicionalmente mantidos contra a cabeça, mas hoje em dia as pessoas também usam fones de ouvido ou fazem videochamadas. (iva_evva/Shutterstock)

No entanto, o desafio atual é abordar e corrigir as percepções errôneas e a desinformação persistente sobre telefones móveis e câncer cerebral.

Ainda não há evidências de quaisquer efeitos à saúde estabelecidos pela exposição a telefones móveis, o que é tranquilizador.


Leia o Artigo Original: Science Alert

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