As Aranhas Manipulam os Pirilampos para Atrair Mais Presas para as suas Teias
Certas espécies têm uma capacidade notável de explorar outras em seu benefício. Os cientistas descobriram recentemente um exemplo fascinante: algumas aranhas manipulam o brilho dos pirilampos para atrair mais insectos para as suas teias.
Embora o brilho encantador dos pirilampos ilumine o crepúsculo quente do verão, há mais do que parece. Os machos piscam as suas duas luzes em padrões intrincados para atrair as fêmeas, que sinalizam o seu interesse com flashes de pulso único a partir de uma posição estacionária. Quando as fêmeas respondem, os machos avançam.
As aranhas exploram o comportamento dos pirilampos
Além disso, curiosamente, algumas aranhas parecem ter aprendido a explorar esse comportamento. Os pirilampos machos apanhados em teias de aranhas tecedoras de orbes foram observados a mudar os seus padrões de piscar para imitar os das fêmeas, atraindo mais machos.
A investigação começou quando a primeira autora, Xinhua Fu, reparou que os pirilampos presos em teias de aranha eram predominantemente machos. Curiosos com este fenómeno, os investigadores examinaram 161 teias, comparando os padrões de piscar dos pirilampos livres, machos e fêmeas, com os dos pirilampos presos nas teias e observando a presença de aranhas.
Aranha manipula sinais de pirilampos
Não foi apenas o pânico dos pirilampos que os levou a emitir sinais de socorro. Os investigadores observaram que, quando a aranha estava ausente, os pirilampos presos não atraíam mais machos. Parecia que a aranha estava a manipular ativamente os sinais.
“No entanto, as aranhas executavam uma rotina distinta de enrolar e morder os pirilampos – uma ação não observada com outros insectos ou mesmo com pirilampos cujas luzes os investigadores tinham coberto.”
“Ao detetar os sinais bioluminescentes dos pirilampos machos capturados, a aranha executa um procedimento especializado de manuseamento da presa que envolve ataques repetidos de enrolar e morder”, explicou Daiqin Li, coautor do estudo.
Os investigadores ainda estão a investigar se a mudança na sinalização dos pirilampos é desencadeada por algo no veneno da aranha ou simplesmente pelo ato de morder. Outras investigações poderão fornecer respostas e revelar outros exemplos de animais que manipulam habilmente as suas presas para aumentar a sua própria sobrevivência ou sucesso reprodutivo.
Um exemplo bem conhecido é o “fungo da formiga zombie”, que obriga os seus hospedeiros infectados a subir para uma posição elevada, facilitando o crescimento do fungo e a libertação de esporos para infetar mais formigas. Outro exemplo é o Toxoplasma gondii, um parasita encontrado no solo e nas fezes de gatos. Embora o seu principal objetivo seja regressar aos intestinos dos gatos, a sua presença também pode influenciar o comportamento humano de forma a que os indivíduos pareçam mais atraentes ou empreendedores.
Leia o Artigo Original: New Atlas
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