Reação ao Glúten Encontrada, Novos Tratamentos para a Doença Celíaca são Possíveis
Os cientistas fizeram uma descoberta significativa que pode abrir caminho a novas opções de tratamento para os doentes celíacos. A equipa identificou onde começa a resposta do glúten e descobriu que certas células desempenham um papel maior do que se acreditava anteriormente.
Compreender a resposta imunológica na doença celíaca
Semelhante a outras doenças autoimunes, a doença celíaca ocorre quando o corpo lança erradamente uma resposta imunitária contra uma molécula inofensiva – neste caso, o gatilho é o glúten, uma proteína que se encontra em muitos grãos. O consumo destes alimentos provoca uma série de sintomas desagradáveis, sendo que a única solução conhecida é uma dieta rigorosa.
Procurando melhores alternativas, os investigadores do estudo investigaram como e onde começa realmente a resposta do glúten. Em estudos com ratos e intestinos humanos em miniatura cultivados em laboratório (denominados organóides), observaram as reações de diferentes células à presença de glúten.
Investigar as origens da reação ao glúten
Isto permitiu-nos identificar a causa específica e provar exatamente como e se a reação ocorre”, disse Tohid Didar, autor correspondente do estudo.
Verificou-se que as células epiteliais – aquelas que constituem o revestimento interno da parte superior do intestino – respondem ao glúten estimulando activamente a libertação de células T CD4+. Estas células auxiliares, por sua vez, desencadeiam uma resposta imunitária exagerada, que se manifesta como sintomas comuns da doença celíaca. Embora se acreditasse amplamente que a resposta envolvia apenas células do sistema imunitário, já havia a suspeita de que as células epiteliais desempenhavam um papel. Agora, a equipa confirmou essa suspeita.
Influência das bactérias patogénicas na resposta imunológica
Além disso, os investigadores descobriram outro fator em jogo. As células epiteliais enviam sinais mais fortes às células do sistema imunitário quando a Pseudomonas aeruginosa, uma bactéria normalmente não encontrada num microbioma saudável, está presente.
Os investigadores acreditam que esta descoberta poderá fornecer novos alvos para o desenvolvimento de medicamentos para tratar ou prevenir a doença celíaca. Os testes para P. aeruginosa podem também ajudar a identificar os doentes com maior risco de desenvolver a doença.
Leia o Artigo Original: New Atlas
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