Rosas sem Espinhos Resultantes de Modificações Genéticas Conduzem a Melhores Culturas
Toda a gente adora rosas, mas elas seriam ainda mais agradáveis sem os seus espinhos afiados. Os cientistas desenvolveram agora uma forma de cultivar rosas sem espinhos, o que poderá simplificar a colheita.
Vale a pena notar que algumas variedades de rosas são naturalmente sem espinhos.
No entanto, a maioria das plantas não se enquadra nesta categoria. Muitas plantas de cultivo, como as amoras e as beringelas, bem como algumas variedades de tomates, batatas e arroz, têm espinhos que repelem os herbívoros, chamados “espinhos”, que tornam a colheita dos frutos difícil e morosa.
Os cientistas investigam as beringelas e descobrem mutações genéticas que impedem a produção de espinhos
Para resolver este problema, os cientistas do Cold Spring Harbor Laboratory, em Nova Iorque, e da Universitat Politècnica de València, em Espanha, começaram por estudar as beringelas. Liderados pelo Prof. Zachary Lippman e pelo pós-doutorando James Satterlee, descobriram que certas mutações num gene chamado LOG (LOnely Guy) impediam as plantas de produzir espinhos.
O LOG já era conhecido por ajudar na síntese de certas hormonas vegetais. Curiosos para saber se também poderia influenciar a produção de espinhos noutras plantas, os cientistas colaboraram com colegas em França, Canadá, Alemanha e Reino Unido.
A sua investigação, que incluiu a revisão de estudos anteriores e a realização de novas experiências, mostrou que o LOG estava ligado ao crescimento de espinhos em cerca de 20 espécies. Este parecia ser um caso de evolução convergente, uma vez que estas plantas não estavam intimamente relacionadas e evoluíram separadamente ao longo de milhões de anos.
A técnica CRISPR silencia o gene LOG, reduzindo as espinhas nas rosas e nas passas do deserto
Utilizando a técnica de edição de genes CRISPR para silenciar o gene LOG, um cientista do INRAE em França reduziu significativamente o crescimento de espinhos nas rosas. Entretanto, investigadores da Universidade de Cornell eliminaram os espinhos na uva passa do deserto, uma planta frutífera australiana.
Além disso, o silenciamento do gene não parece prejudicar as plantas.
“A eliminação dos espinhos facilitaria o manuseamento e a colheita das culturas, reduziria o risco de lesões para os trabalhadores agrícolas e diminuiria os danos pós-colheita causados pelos espinhos”, explica o Prof. Jaime Prohens da UPV. Jaime Prohens, da UPV. “Além disso, o desenvolvimento de novas variedades sem espinhos poderia aumentar a aceitação e o consumo por parte dos consumidores. Todos estes são benefícios significativos.”
Leia o Artigo Original: New Atlas
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