Utilização do Computador Associada à Disfunção Erétil

Utilização do Computador Associada à Disfunção Erétil

Crédito: Pixabay
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Passar longas horas sentado à secretária, seja a ver vídeos do YouTube ou a jogar, pode não só ter um impacto negativo na saúde do coração, como também aumentar a probabilidade de sofrer de disfunção erétil, como indica um estudo realizado por uma equipa de investigadores da China.

É comum que os homens tenham dificuldades ocasionais em conseguir e manter uma ereção, especialmente à medida que envelhecem. No entanto, para muitos indivíduos, este problema torna-se crónico, interferindo com a sua capacidade de desfrutar de uma vida sexual satisfatória.

Os Factores Multifacetados que Contribuem para a Disfunção Erétil

Para alguns, factores psicológicos como o stress, a culpa ou a baixa autoestima contribuem frequentemente para este problema, enquanto que para outros, as condições médicas subjacentes podem ser a causa principal. As escolhas de estilo de vida, como períodos prolongados de permanência na posição sentada, também podem ter impacto na função erétil, afectando os níveis hormonais ou comprometendo o intrincado funcionamento dos vasos sanguíneos necessários para um ingurgitamento peniano adequado.

A investigação demonstrou que um comportamento sedentário excessivo, como estar sentado durante longos períodos, pode afetar negativamente a função erétil. Por outro lado, o aumento da atividade física através de exercício regular tem demonstrado melhorar a qualidade da ereção.

Embora alguns estudos apoiem estas conclusões, existem provas contraditórias, o que levanta questões sobre a influência dos estilos de vida sedentários na saúde sexual.

Utilizar a Aleatorização Mendeliana para Estudar as Actividades Sedentárias e a Disfunção Erétil

Para aprofundar esta questão, os investigadores utilizaram a aleatorização mendeliana, um método que examina as variações genéticas associadas a resultados de saúde específicos para determinar relações causais. Esta abordagem ajuda a identificar se a prática de actividades de lazer sedentárias, como ver televisão ou utilizar computadores, está associada a um risco acrescido de disfunção erétil.

Analisando os dados genéticos de mais de 220.000 indivíduos de ascendência europeia, recolhidos num estudo anterior, os investigadores procuraram ligações entre genes específicos ligados a comportamentos sedentários e casos de disfunção erétil, tal como relatado através da história clínica ou da autoavaliação.

A sua análise revelou que, por cada 72 minutos adicionais de utilização do computador, a probabilidade de sofrer de disfunção erétil mais do que triplicava.

Além disso, a utilização prolongada do computador está relacionada com a diminuição dos níveis de uma hormona essencial para a produção de esperma.

Explorar a Relação entre Níveis Hormonais Reduzidos e Função Erétil

Embora estudos anteriores tenham produzido resultados comparáveis, esta investigação não esclarece de forma conclusiva a forma como os níveis hormonais reduzidos influenciam a função erétil. Especula-se que a diminuição dos níveis hormonais possa impedir indiretamente a libertação de testosterona, mas o mecanismo exato permanece pouco claro.

Surpreendentemente, os investigadores não encontraram qualquer correlação significativa entre a disfunção erétil e a prática de actividades como ver televisão ou conduzir sem pressa.

A investigação indica que não existe uma diferenciação clara entre actividades como os serviços de streaming e a utilização geral do computador, o que complica a distinção entre diferentes comportamentos sedentários.

Uma vez que a análise se baseou em estudos que estabeleceram ligações genéticas, é plausível que os dados relativos aos genes relacionados com a condução sem pressa sejam insuficientes para tirar conclusões definitivas.

Investigações posteriores poderão esclarecer se existe um aspeto único no facto de se sentar, clicar e fazer scroll que perturbe a função erétil, ou se o nosso gosto por plataformas como a Netflix prejudica o nosso bem-estar sexual.

Tendo em conta o que precede, passar períodos prolongados em frente aos ecrãs, clicar e fazer scroll por lazer, tem sem dúvida efeitos prejudiciais para a nossa saúde física.


Leia O Artigo Original: Science Alert

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